quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O Porto sentido

Olá!  O blog vai de férias e regressa em Setembro. Muito obrigada por lerem!

Eu nasci no Porto e aqui vivi durante vinte e oito anos.  Depois,  morei dezasseis anos na Lousã e regressei às origens no ano passado.

Como estive fora bastante tempo, agora estou a redescobrir o Porto e a mostrar esta cidade única à minha filha.

Eu fico muito contente por a baixa ter renascido, a Rua das Flores ter ganho notoriedade e o Porto ter acordado mais e mais bonito do que nunca.

E, como eu adoro a minha cidade, aqui fica um Porto sentido por várias personalidades culturais que vêem a cidade com olhos de ver.

"O Porto é a melhor cidade do mundo para nela se viver. Nem Paris lhe chega." Sampaio Bruno

"Não há cidade como o Porto que não permaneça página em branco ao cabo de linhas e linhas escritas. (...) O Porto nasce e morre connosco,  igual ao mais insatisfeito de quantos desejos nos visitaram. Quer isto dizer que não se esgota em topónimos, nem em cheiros ou paladares,  nem anedotas ou falas,  nem naquilo a que mais usualmente o reduzem, uma teoria de neblinas,  pronta a alimentar de escassa e dessorada composição."
Tirado do livro "Meu Porto" de Mário Cláudio.

"Destes negrumes acumulados e revolvidos constrói - se a essa hora uma cidade estranha e desmedida,  uma cidade que, ao mesmo tempo,  mete mêdo,  e que, se não é a mais bela, é a mais pitoresca que conheço no mundo."
Tirado do livro "Porto - Um Património de Humanidade" de Hélder Pacheco.

"Há anos fui encarregado de mostrar a quatro cineastas de Viena de Áustria os pontos mais belos e artísticos da nossa cidade, a fim de realizarem um filme sobre o Porto. (...) Timidamente atrevi-me a dizer aos cineastas austríacos,  que já tinham percorrido vários países do mundo: o Porto é uma cidade relativamente pequena e não muito rica. Os senhores devem ter visto e filmado cidades muito melhores. Está enganado responderam - me. O que estamos a ver neste momento é do mais belo que vimos em todos os países que percorremos. Esta vista do Porto debruçado sobre o Douro é um deslumbramento.  Não nos interessa ver grandes avenidas e arranha-céus. Interessa-nos isto. "
Tirado do livro "Santa Catarina - História De Uma Rua" do Padre Alexandrino Brochado.

"Ver o Porto! Ver o Porto é evocar certa forma da cidade escondida que conservamos dentro de nós,  densa, impenetrável,  como a neblina envolvendo as manhãs e fundindo o rio com os cais e os barcos. Ilusão de sombras irreais. Transparências. Crepúsculos caindo suaves,  recortando a leveza das pontes, a elegância das torres,  os contornos do casario.
Ver o Porto é evocar a suave melancolia dos jardins da cidade - sobretudo no Outono - quando o ambiente se converte em nostalgia.
Ver o Porto é reconhecer as diversidades das suas freguesias,  do interior das margens do Douro, em Campanha,  à costa atlântica, na Foz e em Nevogilde. É a descoberta dos segredos de uma cidade impregnada de espontânea e assumida identidade."
Tirado do livro "Porto - Poesia da Cidade" de Hélder Pacheco.

Boas férias e até breve!

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